segunda-feira, 29 de fevereiro de 2016

1 month in Ireland

Nossa, sábado completou 1 mês que eu tô nas bandas de cá e ao mesmo tempo que passou muito rápido pareceu uma eternidade.
Nesse um mês em Dublin eu consegui entender que a vida aqui pode ser mais dura e difícil do que se imagina, de que ficar doente em outro país, não saber falar o que tá sentindo e não poder comprar o remédio sem receita é bem desesperador (aqui quase todos os medicamentos precisam de receita). Eu aprendi que na hora que bate a confusão mental eu consegui ser mais forte do que eu pensava e que se eu estivesse no Brasil com certeza teria surtado. Aqui ou você se controla e resolve o problema ou você se controla e resolve o problema. Chorar não vai mudar em nada sua situação porque não tem ninguém aqui pra passar a mão na sua cabeça e dizer que vai ficar tudo bem quando tudo dá errado. Aqui ou você aprende a ser forte ou aprende a ser forte. Não existe outra opção.
Nesse um mês de Irlanda conheci muita gente, mas poucas conheci de verdade.
Nesse um mês meu inglês melhorou e o sotaque irlandês já não parece tão impossível de entender.
Nesse um mês eu fui do céu ao inferno e parei de me perder pela cidade.
Nesse um mês visitei o cenário de Ps. Eu te amo e tomei muita chuva na cara.
Nesse mês eu arrumei um "trabalho" e ainda não recebi por isso.
Nesse um mês muita coisa deu certo e errado mas não trocaria nada disso por nada no mundo.

domingo, 7 de fevereiro de 2016

11 dias na Ilha Esmeralda

Se eu disser que parece que foi ontem que saí do Brasil estaria mentindo. Hoje faz 11 dias que cheguei na Irlanda mas parece que estou aqui há pelo menos 1 mês.
Eu vou tentar em poucas palavras resumir o que tenho sentido nesses dias e as primeiras impressões que tive do país.

Todo mundo fala que a pior parte de fazer um intercâmbio é a despedida no aeroporto. Eu concordo, mas achei que fosse ser tão ruim, me preparei tanto pra isso  que quando chegou a hora eu sofri mas tinha certeza de que estava fazendo a coisa certa. Eu estava indo "embora" mas estava feliz por isso.

Depois de passar por várias conexões e sufocos com imigração eu consegui chegar finalmente em Dublin. Aqui é sempre frio, úmido, cinza e o vento corta a pele e machuca. Mas ainda assim a cidade não perde seu encanto.
Por aqui tem milhares de brasileiros espalhados. As vezes escuto um ou outro falando português no supermercado ou quando eu to parada no sinal.
A minha escola é bacana e as pessoas são legais, a professora é divertida e meio louca mas não tenho do que reclamar.
A busca por uma residência fixa para agilizar o processo do visto foi a pior parte pra mim até agora. Mas depois de uns trancos e barrancos encontrei um lugar pra ficar. Pelo menos por enquanto.
Os pubs são incríveis! Tem música o tempo todo, muitas vezes ao vivo e durante todos os dias da semana. A cidade não para, e a melhor parte é que na maioria deles você não paga pra entrar e não existe esse lance de consumação igual tem no Brasil. Você bebe se quiser e pronto.

Ainda sobre a cidade, acho que aqui é um dos lugares do mundo que mais tem pessoas falando idiomas diferentes. Eu escuto de tudo na rua, e na maioria das vezes não consigo nem identificar o idioma.

Eu ainda tenho milhões de coisas pra falar aqui sobre a cidade, mas também preciso contar como eu to me sentindo. E a pior parte disso é que eu nem sei como eu tô me sentindo. As vezes parece que não é a minha vida. Parece que eu dei um pause no Brasil e ok. Aqui meu coração aperta e me dá vontade de chorar sempre que as pessoas me mandam fotos. Eu sofro de saudade da minha família, do meu namorado, dos meus amigos e claro, do Bartolomeu, meu filho.

Dizem que quem mora fora aprende muito e se encontra. E é verdade. Em menos de duas semanas aqui já me peguei em situações desesperadoras e que só mesmo mantendo a calma e o equilíbrio pra conseguir resolver.

Quem inventa de sair da zona de conforto precisa ter o psicológico muito bom ou estar disposto a se manter sempre em harmonia. A vida aqui parece linda nas fotos e é, mas como tudo na vida não é um mar de rosas aqui também não é.

Em resumo, eu to amando a experiência apesar dos apesares.

sábado, 19 de dezembro de 2015

Quando você quer ser alguém diferente do que a maioria das pessoas esperam que você seja





Essa frase resume bastante o meu sentimento no momento e conclui isso essa semana. 
É confuso explicar o que é querer ser alguém diferente do que a maioria das pessoas esperam que você seja.

As pessoas esperam que você siga a carreira que escolheu fazer na faculdade, esperam que encontre o amor da sua vida, que case, que tenha filhos, que tenha uma casa linda, com um jardim bonito pra sempre que for possível realizar aquele tradicional almoço de família no domingo, esperam que sorria sempre, esperam que a vida passe assim.

É uma vida linda sem dúvidas, mas no meu ponto de vista talvez vazia, não de amor, mas vazia de autoconhecimento, vazia de leveza. Penso que deve ser muito triste construir uma carreira brilhante quando se é jovem e encher a cabeça de preocupações durante muitos anos, mas quando chegar aos 65 aposentado pensar que viveu e não viu. Não viu a vida de outra forma nem em outros lugares. Eu quero poder trabalhar com o que eu gosto, mas eu também quero colocar a cabeça no travesseiro e dormir sabendo que a vida não se resume naquilo. Deve ser bom ter aquela tranquilidade de que se a carreira não der certo de um jeito, talvez de outro jeito dê. Isso pra mim se chama leveza. 

Querer algo diferente é assustador e dá medo. Toda vez que você conta pra alguma pessoa o que você pretende fazer, logo vem os questionamentos que indiretamente tendem a te colocar pra baixo. Em um dos meus filmes preferidos tem uma personagem que fala "é muito mais fácil acreditar nas coisas ruins que dizem pra você". 

Com sinceridade digo que é quase impossível manter o coração em paz quando alguma mudança está prestes acontecer, mas isso não precisa tornar a nova trajetória um poço de culpa por não querer. É aquela coisa, ninguém tem culpa de querer ou não querer. Quando vem de dentro é assim. 




segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

As duas noites em que eu quase não dormi



Dia de formatura. Dia de colar grau . Dia de ser oficialmente bacharel em Direito. Entre tanto eventos de comemorações eu sempre me importei mais com a colação de grau.
Lembro-me perfeitamente de quando sai da pré escola e entrei para cursar a primeira série do ensino fundamental. Parecia um sonho. Recordo que sentei numa carteira perto da parede e fiquei alisando os tijolos marrons de que toda escola era feita. E eu que sempre fui de pensar demais, sentir demais, fiquei me sentido honrada por ter chagado até ali. Bobeira ou não, era assim que eu me sentia.
Agora não poderia ser diferente, lembro detalhes do meu primeiro dia de aula na faculdade, do meu primeiro choro por não entender os textos de Kelsen, por achar que dali pra frente só iria piorar e piorou e eu não conseguiria dar conta, mas dei, e é por isso que não consigo dormir essa noite.
Alguns momentos são tão esperados que nos tiram do eixo. E são nesses dias que algumas coisas costumam dar errado.
Hoje, véspera da colação de grau a gaveta do meu guarda roupa caiu no pé e eu por muito pouco talvez não consiga usar salto alto nas comemorações. Logo agora que achei um lindão digno de Cinderela, mas tá tudo bem.

São nesses dias também que por mais que estejamos rodeados de pessoas queridas é que eu me sinto mais sozinha. É tanta coisa ao mesmo tempo que as vezes nada parece fazer sentido. Ao mesmo tempo que eu quero tudo (comemorar, me arrumar, me divertir, encontrar com meus amigos, e família) eu não quero nada. As vezes me dá vontade de esquecer que isso tudo ta acontecendo e move on. Não que eu seja uma pessoa desprovida de amigos e atenção, muito pelo contrário... mas é que eu não tô acostumada a ter que lidar com compromissos, festas, essas coisas.
Meus maiores compromissos nos últimos anos tem sido frequentar a faculdade, o estágio e no máximo um barzinho ou um café com amigos mais próximos. É isso que me encanta. Simplicidade.

Mas, já que estou nesse barco, que venham as comemorações e que elas sejam tão especiais quanto os encontros nos barzinhos e nas cafeterias.

sábado, 12 de dezembro de 2015

Ireland



Em um dos meus últimos posts aqui há algum tempo atrás eu disse que esperava que não demorasse muito para que eu pudesse viver a aventura dos meus sonhos. Pois é. Falta um pouco mais de um mês para eu me mudar pra Dublin na Irlanda. 
Depois de muito planejamento, trabalho, economias e estudos, estou pronta pra viver essa nova experiência. 

Acho "engraçado" que as coisas boas acontecem quando começamos a movimentar nossas vidas. Há quase um ano atrás eu só conseguia pensar nessa viagem, nas pessoas, lugares e comidas que eu teria a oportunidade de conhecer. Entretanto, 2015 virou meu mundo de cabeça pra baixo e me trouxe alguns presentes (que contradição). 

Eu descobri que posso ser infinitamente feliz aqui no Brasil, eu só precisava me encontrar de alguma maneira, e de certa forma foi isso que aconteceu. Espero que Dublin esteja reservando coisas boas pra mim porque meu peito tá aberto. 

Mas também tá apertado de deixar minha família, meus amigos, meu namorado e todos aquelas pessoas que eu conheço e amo, por um outro lado ele também está aliviado. Sonhos foram criados para serem realizados. 

Acho que chegou minha vez.

(pretendo passar mais vezes aqui pra contar como estão sendo os preparativos, e as experiências.)


\o/

sexta-feira, 28 de novembro de 2014


Espero de verdade que eu não precise esperar uma vida toda pra viver a aventura dos meus sonhos. 

domingo, 23 de novembro de 2014

O tempo leve



Dizem por aí que precisamos viver o presente e deixar que o futuro aconteça, e que o tempo leve, nos leve. Acontece que quando o futuro que imaginamos e tudo que sonhamos um dia parece ser infinitamente melhor que o presente, fica mesmo difícil deixar o tempo leve levar.
Sempre penso em frases como "pra que pressa se o futuro é a morte?"  ou " o presente massacra e o futuro não vem", mas que futuro é esse que eu tanto quero? e se esse futuro não for nem metade do que eu pensei que fosse? e se  perdi dias, noites e momentos especiais pensando nesse futuro tão brilhante  que julguei sem nenhum parâmetro ou usei como parâmetro a vida do outro, pra achar que a minha vida também seria melhor se daquele jeito fosse? E se não for nada do que eu pensei?e se foi perda de tempo? e se o tempo leve levou meu presente querido e me deixou o futuro tardio como presente de conforto pra uma mente, um coração e uma alma ambiciosa de coisas novas e repleta de sentimentos que nem mesmo o espírito mais evoluído entenderia? A única coisa que eu sei, é que preciso que esse futuro chegue,  e me domine e eu sinta que fiz o certo. Que ele tá aqui pra ser vivido, apreciado e lembrado pelo resto dos meus dias.
Eu preciso acreditar que quando esse futuro chegar eu serei forte e terei peito pra não voltar atras, pra não chorar querendo esse presente tão pacato e prevísivel ,apesar de confortável e cheio de amor.
Eu preciso acreditar que tá tudo bem e que o tempo leve, levará tudo de pesado que estiver em mim e deixará apenas paz, amor, gentileza e força, para que se no final o futuro for  nada daquilo que eu passei a vida pensando, eu tenha forças pra sonhar de novo com outro futuro tão brilhante quanto.